Reprodução / Instagram @angela_ro_ro_oficial
A morte da cantora e compositora Angela Ro Ro deixou fãs, amigos e admiradores em luto nesta semana. Considerada uma das vozes mais marcantes da música popular brasileira, a artista partiu após enfrentar complicações de saúde decorrentes de uma infecção pulmonar grave. Ela estava internada em um hospital no Rio de Janeiro desde julho, período em que precisou passar por uma traqueostomia e permanecer sob cuidados intensivos.
Durante o velório, o empresário e assessor Fernando Freitas, que também era vizinho da cantora, falou sobre a incerteza em torno da herança deixada por Angela. Segundo ele, não há informações claras sobre familiares próximos que possam reivindicar os bens. “Até agora, não conhecemos nenhum parente. Sabemos apenas que ela foi criada no Rio de Janeiro. Ela não deixou testamento”, declarou em entrevista à revista Quem.
Angela Ro Ro iniciou sua trajetória artística nos anos 1970, inspirada e incentivada por nomes importantes da cultura brasileira, como o cineasta Glauber Rocha, com quem teve contato nessa fase inicial. Após uma temporada no exterior, retornou ao Brasil e passou a se apresentar em casas noturnas do Rio de Janeiro, até que assinou contrato com uma gravadora. Em 1979, lançou o seu primeiro álbum, que a projetou nacionalmente e abriu caminho para uma carreira sólida e respeitada.
Ao longo das décadas, Angela construiu uma discografia admirada e conquistou uma legião de fãs fiéis. Além da música, ela também se aventurou na televisão, comandando o talk show “Escândalo”, exibido no Canal Brasil. Seu último trabalho de estúdio foi o álbum “Selvagem”, lançado em 2017.
Apesar do reconhecimento artístico, a cantora enfrentou dificuldades financeiras nos últimos anos. Sem aposentadoria e com uma receita modesta vinda apenas dos direitos autorais de suas canções em plataformas digitais, cerca de R$ 800 por mês, segundo informações de seu advogado, Carlos Eduardo Campista de Lyrio, Angela precisou recorrer à ajuda de fãs. Pelas redes sociais, ela fazia apelos pedindo doações para conseguir arcar com despesas básicas.
“Angela vivia da voz dela, literalmente. Os shows eram sua principal fonte de renda, mas o cachê não era alto, muito distante da realidade de artistas milionários. Sem reservas financeiras, quando não havia apresentações, ela enfrentava grandes dificuldades. Por isso, dependia da solidariedade de fãs e amigos”, explicou Campista ao jornal O Globo.