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Enquanto o sonho do estádio próprio no Gasômetro parece uma novela sem fim, a diretoria do Flamengo está focada em outra missão: fazer do Maracanã uma verdadeira fonte de renda! E os números não mentem: só no primeiro turno do Brasileirão deste ano, o clube já faturou mais de R$ 19,6 milhões em lucro com bilheteria, superando o resultado de todo o campeonato de 2024.
No ano passado, o lucro total do Flamengo com a bilheteria do Brasileirão foi de cerca de R$ 18,7 milhões. Agora, em apenas metade da competição, esse valor já foi ultrapassado. O lucro médio por partida no Maracanã deu um salto enorme, passando de R$ 1 milhão para mais de R$ 2,1 milhões! Pela primeira vez, um jogo de Série A do Rubro-Negro rendeu um lucro de R$ 3 milhões, algo que antes só acontecia em torneios mata-mata, de maior apelo.
Mas como o clube conseguiu essa virada de jogo? A resposta está em uma jogada ousada e um tanto controversa. Uma das principais razões para esse aumento de lucro foi a redução drástica no valor do aluguel do estádio. A Fla-Flu Serviços SPE S.A., empresa que administra o Maracanã (e na qual o Flamengo tem 65% de participação), passou a cobrar apenas R$ 10 mil por jogo, em vez dos R$ 350 mil que eram cobrados antes. Essa mudança, que adicionou R$ 340 mil diretamente ao lucro de cada partida, será inclusive um dos temas de uma reunião do Conselho Deliberativo do clube.
A medida, no entanto, tem seu lado bom e seu lado ruim. O lado bom é óbvio: o Flamengo ganha mais em cada jogo. O lado ruim é que a receita da empresa administradora do estádio despenca, o que, no final das contas, também afeta o próprio Flamengo, já que ele é o sócio majoritário. Existe ainda a preocupação de que outros clubes do Rio possam exigir o mesmo valor de aluguel simbólico, o que complicaria ainda mais a situação financeira da SPE.
O clube também adotou outras táticas que geraram polêmica entre os torcedores, como fechar setores inteiros do estádio em jogos de menor demanda e, mais importante, aumentar o preço dos ingressos. Essas mudanças causaram protestos, mas o presidente Bap defendeu a estratégia, argumentando que os custos com o time e a operação do estádio estão altos. Ele chegou a comparar os preços com os de São Paulo, afirmando que no Rio os ingressos são mais baratos e que, sem essas medidas, seria impossível manter o elenco estelar que o clube tem hoje.
E o sonho do estádio próprio no Gasômetro? Ele ainda está na geladeira. A compra do terreno completou um ano, mas o projeto segue sem grandes avanços. Bap foi direto ao falar sobre o assunto, afirmando que o estádio é um projeto de longo prazo e que ele não vai comprometer a saúde financeira ou o desempenho do time por um projeto que ainda não está claro.