Uma aeronave de carga da United Parcel Service (UPS) caiu e explodiu pouco depois de decolar do Aeroporto Internacional Muhammad Ali, em Louisville, Kentucky, na tarde desta terça-feira (4). O acidente, que ocorreu por volta das 17h15 no horário local, deixou ao menos sete mortos e 11 feridos, segundo autoridades estaduais.
O voo 2976 tinha como destino Honolulu, no Havaí, e transportava três tripulantes e cerca de 280 mil galões de combustível, o que contribuiu para a intensidade das chamas após o impacto. Testemunhas relataram ter visto fogo em uma das turbinas logo após a decolagem. Minutos depois, a aeronave perdeu sustentação, caiu em uma área industrial próxima ao aeroporto e explodiu, atingindo veículos e estruturas ao redor.
Imagens registradas por moradores mostram o jato trimotor MD-11 tentando ganhar altitude enquanto uma das asas aparenta estar em chamas. De acordo com dados do site Flightradar24, a aeronave subiu apenas 175 pés antes de iniciar uma descida brusca. Em solo, o fogo se espalhou rapidamente e equipes de emergência precisaram criar uma zona de isolamento de até 8 quilômetros, posteriormente reduzida para 1,6 km, devido ao risco ambiental e à fumaça tóxica.
O governador do Kentucky, Andy Beshear, confirmou que ao menos sete pessoas morreram, incluindo os tripulantes e moradores da região atingida, e afirmou que alguns sobreviventes apresentam ferimentos “muito graves”. O prefeito de Louisville, Craig Greenberg, lamentou a tragédia, anunciou o fechamento temporário do aeroporto e pediu que a população evitasse a área do acidente.
O cargueiro acidentado era um McDonnell Douglas MD-11 fabricado em 1991 e convertido para uso de carga em 2006. Com 34 anos de operação, o modelo é conhecido por seu amplo uso no transporte aéreo de cargas, embora episódios de dificuldade na estabilização durante pousos e decolagens tenham sido registrados em sua história. A UPS afirmou estar “profundamente abalada” e que ativou protocolos de contingência para minimizar impactos na cadeia logística, já que Louisville abriga o Worldport, o maior centro de triagem aérea da empresa, responsável por processar cerca de 2 milhões de pacotes por dia.
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) abriu investigação e enviou equipes ao local. Especialistas analisam a possibilidade de que um dos motores tenha se desprendido antes da queda, o que poderia explicar a falha na sustentação do avião. “Esse modelo é capaz de voar com dois motores. Precisamos entender o que impediu isso”, afirmou o especialista em segurança aérea John Cox.
As operações aéreas no aeroporto foram suspensas por várias horas, e duas pistas ficaram bloqueadas por destroços, com previsão de liberação gradual ao longo da quarta-feira (5). A investigação pode levar até dois anos para ser concluída, mas as primeiras respostas sobre a causa do acidente devem começar a ser divulgadas nos próximos dias.
Comunicado da UPS
Após o acidente, a UPS divulgou uma nota oficial expressando pesar pelas vítimas e afirmando que está colaborando com as autoridades na investigação. Em comunicado, a companhia declarou estar “profundamente consternada” com a tragédia e reforçou seu compromisso com a segurança de funcionários, clientes e da comunidade de Louisville, onde fica seu principal centro logístico aéreo.
A empresa informou que equipes internas estão prestando suporte às autoridades federais e locais, incluindo o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) e a Administração Federal de Aviação (FAA). A UPS também confirmou que ativou seus planos de contingência operacionais para mitigar impactos na rede de entregas, já que o hub de Louisville precisou suspender parte das operações após o acidente.




