O Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro, foi fechado para pouso e decolagens, na manhã desta terça-feira (30), e teve dezenas de voos cancelados após vazamento de óleo na pista.
O incidente ocorreu durante a madrugada, quando um veículo de serviço derramou óleo na pista durante uma inspeção noturna. Devido ao elevado risco de derrapagens, toda a operação aérea foi suspensa logo no início da manhã. De acordo com o site oficial da Infraero, até as 11h50, mais de 56 voos haviam sido cancelados e pelo menos 20 registravam atrasos.
Devido a esses cancelamentos e atrasos, muitos passageiros formaram filas no saguão do Santos Dumont à espera do embarque. O derramamento de óleo ocorreu na cabeceira da pista, que é o ponto de máxima exigência operacional: é ali que as aeronaves tocam o solo no pouso e atingem sua velocidade máxima antes da decolagem.
Pela manhã equipes de manutenção ainda trabalhavam na limpeza da pista para que as operações pudessem ser liberadas.

Medidas de segurança: por que uma pequena quantidade de óleo já é suficiente para paralisar as operações
Em um aeroporto, a segurança operacional é tratada com prioridade absoluta, e por isso até uma pequena mancha de óleo pode levar à suspensão de pousos e decolagens. Isso acontece porque o óleo cria uma superfície extremamente escorregadia, reduzindo a aderência dos pneus das aeronaves no momento de maior exigência: a decolagem e o pouso.
Nessas fases, os aviões alcançam velocidades superiores a 200 km/h, e qualquer perda de tração pode causar desde derrapagens até acidentes de grandes proporções. Além disso, diferentemente de veículos comuns, as aeronaves não conseguem realizar manobras bruscas para corrigir uma falha de aderência. A pista precisa estar em condições ideais, já que qualquer irregularidade pode comprometer a frenagem, a estabilidade e até o controle do avião durante o procedimento.
Por isso, quando há derramamento de óleo — mesmo que restrito a uma área aparentemente pequena — os protocolos internacionais de aviação determinam a interrupção imediata das operações até que a pista seja completamente limpa e testada. A decisão pode gerar transtornos aos passageiros, mas é a garantia de que nenhum risco será assumido em nome da pressa.
Histórico de incidentes semelhantes no Brasil
Embora esse episódio recente no Santos Dumont tenha chamado bastante atenção, não foi a primeira vez que um aeroporto brasileiro precisou suspender suas operações por causa de vazamento de óleo. Em outubro de 2013, o próprio Santos Dumont enfrentou situação parecida, quando um caminhão de manutenção derramou óleo na pista durante um procedimento de limpeza. Na ocasião, dezenas de voos foram cancelados até que a área fosse completamente liberada com segurança.
Outro caso ocorreu em março de 2021, também no Santos Dumont, quando novamente um veículo de serviço deixou óleo na pista durante atividades de manutenção. O fechamento temporário impactou diversos passageiros e provocou atrasos em série. Mais recentemente, em maio de 2025, o Aeroporto Internacional de Belém registrou um vazamento de combustível que atrasou decolagens e exigiu a atuação imediata de equipes de emergência especializadas.
Esses episódios mostram que, apesar de parecer algo simples, derramamentos de óleo em pistas de pouso são tratados com máxima seriedade e definitivamente não são situações isoladas no país. O histórico reforça a importância dos protocolos de segurança adotados em todos os aeroportos brasileiros.