Reprodução: Instagram :@silviotendler
Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2025 O cenário do cinema brasileiro amanheceu mais vazio nesta sexta-feira: morreu Silvio Tendler, aos 75 anos. A confirmação veio da produtora que ele mesmo criou, a Caliban Produções, compartilhando nas redes sociais que o renomado documentarista partiu após enfrentar problemas de saúde entre eles, uma neuropatia diabética e uma infecção generalizada. Ele havia sido internado no Copa Star, em Copacabana.
A vida contada por suas próprias lentes
Tendler deixou uma legião de fãs e uma obra monumental. Ao todo, foram mais de cem projetos, entre curtas, médias, longas e séries, sempre com uma poderosa pegada político-histórica. Ele retratou figuras emblemáticas como JK, Jango, Tancredo Neves, Milton Santos, Glauber Rocha… até os Trapalhões entraram nessa galeria, com O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981), o documentário que fez milhões de brasileiros darem risada e encher os cinemas: cerca de 1,8 milhão de espectadores!
Era também ele quem costumava se chamar de “utopista” acredita que “a vida vai melhorar”, apesar das durezas que filmou.
Homenagens que falam por si
A Casa Rui Barbosa rasgou elogios à sua coragem em contar a história recente do país “com compromisso e denúncia”. O presidente Lula ecoou esse sentimento: chamou Tendler de “um dos maiores documentaristas do Brasil” e lembrou das condecorações que o cineasta recebeu a Ordem de Rio Branco (2006) e, mais recentemente, a Ordem do Mérito Cultural (2025).
O ritual final
O adeus definitivo acontece neste domingo, dia 7 de setembro, às 11h, no Cemitério Comunal Israelita do Caju localizado na região portuária do Rio de Janeiro.
Detalhes mais “picantes” nos bastidores
- O apelido “o cineasta dos sonhos interrompidos” não foi jogado ao vento Tendler era essa mistura de idealismo e realismo árduo, produzindo cinema político enquanto vivia na ditadura, no exílio, e com uma postura firme de militância.
- O universo acadêmico também sentiu sua falta: foi professor por décadas na PUC-Rio, e chegou a atuar como secretário de Cultura e Esporte no Distrito Federal, além de coordenar o audiovisual para o Brasil e o Mercosul na Unesco.
- E sabia que, apesar dos incontáveis filmes, ele conseguiu impactar o grande público com humor? Pois é: O Mundo Mágico dos Trapalhões continua sendo um dos documentários de maior bilheteria da história do cinema nacional.
Para fechar com chave de ouro
Silvio Tendler nos deixou em 5 de setembro de 2025, mas sua obra… essa segue viva tão imprescindível quanto sarcástica, visionária quanto nostálgica. O que você acha: será que ele realmente acreditava que “a vida vai melhorar”? Ou era só mais um sonho interrompido, como seus filmes?