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A Seleção Brasileira fechou a última data Fifa de 2025 sem deixar a melhor impressão no empate com a Tunísia, mas o balanço geral dos amistosos contra africanos é positivo. Diante de Senegal e Tunísia, adversários difíceis e com estilos bem diferentes, o técnico Carlo Ancelotti conseguiu amadurecer a proposta de jogo, obteve respostas importantes e também constatou que ainda há pontos a resolver.
Num ciclo normal de preparação para a Copa, o Brasil estaria neste momento focado em entrosamento, confiança e ajustes pontuais. Mas não é o cenário atual. Depois de quatro treinadores desde a Copa do Catar, Ancelotti ainda corre atrás do tempo perdido e realiza muitos testes, o que naturalmente faz o desempenho oscilar.
Foi assim contra o Japão no mês passado e novamente diante da Tunísia, no empate por 1 a 1 desta terça. Mesmo com poucas mudanças entre um jogo e outro nesta data Fifa, apenas três no time titular, a equipe perdeu organização no segundo tempo com as substituições e caiu de rendimento. O início também foi fraco, com o Brasil sofrendo para acompanhar o ritmo tunisiano e demorando a se encontrar em campo.
Uma das novidades, o lateral-direito Wesley, viveu uma noite ruim, errou no lance do gol adversário e acabou substituído no intervalo. O uso de Éder Militão na posição ganhou força, mas o Brasil ainda precisa de uma alternativa mais ofensiva. Ancelotti já testou Paulo Henrique, Vanderson e Vitinho, e as dúvidas seguem. Enquanto isso, Danilo vai abrindo espaço para mais uma Copa pela liderança, pela confiança que passa e pela versatilidade, mesmo sem ser titular do Flamengo.
A disputa entre os goleiros também segue aberta. Ederson não sofreu gols contra Senegal, mas cometeu falhas com os pés, uma delas quase fatal. Bento, escalado diante da Tunísia, mostrou insegurança. Mesmo assim, o posto de reserva preocupa menos do que o da lateral esquerda titular. Alex Sandro passou despercebido no jogo de sábado e, nesta terça, Caio Henrique teve sua primeira chance como titular. Foi correto, fechou espaços, participou de algumas jogadas e não comprometeu, mas também não empolgou. A sete meses da Copa, a vaga é uma das mais indefinidas, e Douglas Santos, com apenas dois jogos disputados, foi quem melhor aproveitou oportunidades.
No ataque, a dúvida é positiva. O desempenho brilhante de Estêvão torna quase impossível tirá-lo do time, mas Raphinha, destaque entre os brasileiros na última temporada europeia, também não pode ser descartado quando voltar de lesão. Na única vez em que Estêvão e Raphinha atuaram juntos, contra o Chile, Vini Jr não estava disponível. O dilema vai exigir decisões difíceis.
O esquema com quatro atacantes, o 4-2-4, parece ser o que mais se encaixa na equipe atual. Sem um grande armador, Ancelotti aposta na verticalidade e na movimentação constante do ataque para criar chances. A Seleção rende melhor quando tem espaço para contra-atacar do que quando precisa desmontar retrancas. E, em determinados momentos da Copa, será necessário ter um centroavante de referência, peça que Ancelotti ainda não definiu. Vitor Roque teve bons lances, como o pênalti sofrido, que Paquetá perdeu, mas não foi o suficiente para garantir a vaga. Pedro, Igor Jesus, Richarlison e Kaio Jorge também seguem na disputa.
E ainda há a questão Neymar, que continuará dominando as discussões até o anúncio da lista final para o Mundial. O Brasil termina 2025 muito melhor e mais otimista do que começou.




