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Aos 37 anos, Renato Augusto decidiu encerrar oficialmente sua carreira como jogador de futebol. O anúncio, feito em entrevista ao programa Abre Aspas, do ge, marca o fim de uma trajetória de mais de três décadas dentro de campo, desde a base até a seleção brasileira, mas também abre espaço para uma nova etapa. O ex-meia já deixou claro, pendurou as chuteiras, mas não pretende se afastar do esporte.
Quatro meses após a rescisão de contrato com o Fluminense, Renato admitiu que a decisão vinha sendo amadurecida há algum tempo. Segundo ele, o desejo de estar mais presente no dia a dia da família, aliado às limitações físicas que se acentuaram nos últimos anos, pesou no momento de parar. “Chegou a hora de dar um até breve para o futebol. Quero voltar a ser pai em tempo integral, marido em tempo integral. Foram 31 anos dedicados ao jogo, mas agora preciso viver esse outro lado da vida”, declarou.
Apesar de se despedir dos gramados, Renato já recebeu sondagens de clubes interessados em contar com sua experiência em funções técnicas ou de gestão. A pressa, no entanto, não existe. Por enquanto, ele prefere desfrutar dos dias livres, jogar tênis, acompanhar a reforma da casa e se dedicar à esposa Fernanda e aos filhos Romeu, de sete anos, e Mateo, de dois.
Nos planos futuros está a retomada do curso da Licença B da CBF, interrompido quando ainda atuava profissionalmente. A ideia é se preparar com calma para a transição. “Ainda não sei exatamente o que quero. Tive conversas com alguns clubes, tanto para a parte técnica quanto para cargos de diretoria. São possibilidades interessantes, mas primeiro preciso desse tempo para a família e depois pensar na nova etapa. Quero aprender como funciona o outro lado do futebol, de fora para dentro”, explicou.
A carreira de Renato Augusto foi marcada por conquistas expressivas. Revelado no Flamengo, clube pelo qual saiu da arquibancada para o campo, conquistou a Copa do Brasil e dois Campeonatos Cariocas. No Corinthians, viveu o auge: foram 243 jogos em duas passagens, um título do Campeonato Paulista, uma Recopa Sul-Americana e, principalmente, o Brasileirão de 2015, quando foi eleito craque do campeonato. No currículo, soma ainda o ouro olímpico em 2016, no Maracanã, um marco histórico para o futebol brasileiro.
Além dos momentos no Brasil, Renato construiu carreira internacional. No Bayer Leverkusen, da Alemanha, ganhou experiência no início da trajetória. Mais tarde, no Beijing Guoan, da China, afirmou ter vivido o auge pessoal e técnico. Já no Fluminense, clube em que começou no futsal, conquistou a Recopa Sul-Americana, apesar das dificuldades físicas que reduziram seu ritmo em campo.
Entre lembranças e reflexões, Renato admitiu a dificuldade em tomar a decisão de parar. “Sempre achei que seria simples, mas não foi. Custou entender que eu precisava me preparar para isso. O que mais pesou, além do desgaste físico, foi a vontade de estar perto da família.”
“Quero aprender com treinadores, diretores, participar de estágios. Meu próximo passo é esse: conhecer o jogo de fora para dentro”, concluiu o ex-jogador.