Reprodução / Instagram @buzeira
O influenciador digital Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, e o empresário Rodrigo Morgado deixaram a sede da Polícia Federal em São Paulo e foram encaminhados para unidades prisionais do sistema estadual. Os dois foram presos na semana passada durante a operação Narco Bet, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas.
Prisões e início das investigações
A ação da Polícia Federal foi deflagrada no último dia 14, em uma operação que cumpriu mandados em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro. O objetivo é apurar um grupo que teria movimentado milhões de reais com o uso de apostas eletrônicas e criptomoedas para disfarçar a origem ilegal do dinheiro.
Buzeira, que soma milhões de seguidores nas redes sociais e costuma exibir uma rotina de luxo, já havia sido citado em outras investigações envolvendo apostas esportivas. Rodrigo Morgado, apontado como contador e articulador financeiro do grupo, é suspeito de ter ajudado a estruturar a parte contábil do esquema.
De acordo com informações da investigação, o grupo movimentou mais de R$ 600 milhões por meio de empresas de fachada, transferências internacionais e investimentos digitais. Parte desse montante teria ligação com o tráfico de drogas.
Após permanecerem por alguns dias sob custódia da Polícia Federal, os dois investigados foram transferidos para centros de detenção administrados pelo estado de São Paulo. A medida é considerada um procedimento de rotina, adotado quando a fase inicial da operação se encerra e os presos passam a responder à Justiça estadual ou aguardam novos desdobramentos do inquérito.
As transferências ocorreram sob forte esquema de segurança. Nem a Polícia Federal nem a Secretaria de Administração Penitenciária divulgaram os nomes das unidades para onde Buzeira e Morgado foram levados, por motivos de segurança.
Envolvimento com apostas e criptomoedas
As investigações apontam que o grupo usava plataformas de apostas e corretoras de criptomoedas para mascarar a origem de grandes quantias. As transações ocorriam dentro e fora do país, dificultando o rastreamento do dinheiro. A Polícia Federal suspeita que parte desses valores tenha sido investida em imóveis, carros de luxo e eventos, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O influenciador Buzeira teria participado da divulgação de algumas dessas plataformas em suas redes sociais, enquanto Morgado seria responsável por movimentar o dinheiro e criar estruturas financeiras para lavar os recursos.
A defesa de Buzeira afirmou, em nota, que ele é inocente, possui fontes de renda comprovadas e confia que a verdade será esclarecida no decorrer do processo. Já os advogados de Rodrigo Morgado informaram que ainda aguardam acesso aos autos da investigação para apresentar manifestação oficial.
Por enquanto, ambos seguem presos preventivamente. A Justiça Federal já negou pedidos de prisão domiciliar apresentados pelas defesas, alegando que a gravidade das acusações e o risco de interferência nas investigações justificam a manutenção da medida.
A Operação Narco Bet segue em andamento e deve resultar em novas quebras de sigilo bancário, apreensões de bens e eventuais denúncias formais. Com a transferência para presídios paulistas, Buzeira e Morgado aguardam as próximas decisões judiciais em meio a uma apuração que, segundo investigadores, ainda pode revelar o envolvimento de outras pessoas e empresas.
