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A vitória da Seleção Brasileira por 3 a 0 sobre o Chile, nesta quinta-feira (4), no Maracanã, trouxe mais do que três pontos nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O resultado, diante do lanterna da competição, mostrou um time com domínio do jogo, alternativas ofensivas interessantes e sinais de evolução na era Carlo Ancelotti.
O Brasil começou a partida com amplo controle. A posse de bola ficou em 70% em boa parte do duelo, e o time finalizou 22 vezes contra apenas três tentativas dos chilenos. O adversário, com uma equipe jovem e postura bastante defensiva, apostou em uma linha de cinco jogadores atrás. Para furar esse bloqueio, Ancelotti utilizou quatro atacantes e ainda empurrou Wesley, lateral-direito, para atuar quase como ponta.
O quarteto ofensivo formado por Estêvão, Raphinha, João Pedro e Martinelli se movimentava bastante, arrastando a marcação e tentando abrir espaços. Logo aos sete minutos, essa estratégia quase deu resultado. Após troca paciente de passes desde o campo defensivo, João Pedro puxou a defesa para dentro e deixou espaço para Raphinha avançar em velocidade. A conclusão, porém, saiu sem a precisão necessária.
Apesar da falta de um centroavante goleador, João Pedro foi peça importante. Com movimentação inteligente e passes rápidos de primeira, clareou jogadas e ajudou a articular as ações ofensivas. No lance do primeiro gol, participou diretamente da triangulação com Martinelli e Douglas Santos que terminou com a finalização certeira de Estêvão, seu primeiro gol com a camisa da Seleção.
Mesmo em vantagem, o Brasil seguiu dominando e criando oportunidades. Faltou apenas refino na conclusão. Aos poucos, o ritmo caiu, e Ancelotti recorreu ao banco de reservas. Aos 20 minutos do segundo tempo, entraram Luiz Henrique e Andrey Santos. Pouco depois, Paquetá e Kaio Jorge também foram chamados. As mudanças surtiram efeito imediato.
O Brasil voltou a acelerar o jogo, aumentou a pressão na saída de bola chilena e encontrou os espaços que faltavam. Paquetá e Luiz Henrique, velhos conhecidos da torcida carioca, incendiaram o Maracanã. O segundo gol saiu em jogada coletiva finalizada por Paquetá, enquanto Bruno Guimarães, sempre presente no apoio ao ataque, fechou o placar em 3 a 0.
O resultado não esconde as fragilidades do adversário, mas deixa lições positivas. A Seleção chegou ao terceiro jogo consecutivo sem sofrer gols, feito inédito neste ciclo. Ainda assim, ajustes defensivos são necessários. Em vários momentos, Casemiro e Bruno Guimarães tiveram de cobrir grandes espaços no meio-campo, algo que pode pesar contra rivais de maior qualidade ofensiva.
Na próxima terça (9), o Brasil fecha as Eliminatórias diante da Bolívia, em El Alto, a mais de 4 mil metros de altitude. Além de encerrar o ciclo, o jogo servirá como importante teste antes da Copa de 2026.