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Paramount entra na disputa e lança oferta bilionária para assumir o controle da Warner Bros. Discovery

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A corrida pela compra da Warner Bros. Discovery ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (8). A Paramount surpreendeu o mercado ao apresentar uma oferta pública de US$ 108 bilhões, movimento que eleva a temperatura da disputa e pode atrapalhar diretamente o acordo já anunciado com a Netflix.

Diferente da proposta rival, que gira em torno de US$ 72 bilhões, a Paramount não quer apenas uma fusão estratégica: a companhia pretende assumir 100% das operações da Warner, incluindo gigantes como CNN, TNT e outras marcas de TV a cabo. A oferta foi apresentada diretamente aos acionistas — uma manobra considerada “hostil” no meio corporativo.

David Ellison, CEO da Paramount, afirmou que os investidores da WBD merecem avaliar uma proposta “mais vantajosa e segura” e voltou a criticar os termos negociados com a Netflix. A empresa oferece US$ 30 por ação, contra os US$ 28 oferecidos pela concorrente.

Disputa regulatória vira elemento chave

Mesmo com números robustos, o negócio só pode avançar após avaliação dos órgãos reguladores dos Estados Unidos. A operação envolvendo a Netflix é considerada a mais sensível, já que uniria dois dos serviços de streaming mais populares do mundo — Netflix e HBO Max. Especialistas acreditam que essa concentração poderia gerar preocupações antitruste.

A Paramount tem apostado nesse argumento para tentar reverter o favoritismo inicial da empresa de streaming. Segundo a companhia, a união Netflix + Warner criaria um cenário capaz de limitar a competição do setor.

Por outro lado, executivos da Netflix afirmam que seu peso no mercado não é tão dominante quanto se especula. A Nielsen aponta que a plataforma detém 8% do tempo total de consumo de TV nos EUA, porcentagem praticamente igual à da Paramount (8,2%).

Possíveis multas e impactos milionários

O impasse financeiro também chama atenção. Se a Paramount vencer, a Warner será obrigada a pagar uma multa de US$ 2,8 bilhões à Netflix. Mas se a empresa optar por manter o acordo já firmado com a gigante do streaming e o negócio for barrado pelos reguladores, será a Netflix quem terá de desembolsar US$ 5,8 bilhões.

Bastidores de uma guerra que já dura meses

A disputa pelos ativos da Warner Bros. Discovery começou ainda em setembro e envolve três grandes players: Paramount, Netflix e Comcast. A Paramount fez diversas tentativas nos últimos meses, mas todas acabaram rejeitadas internamente pela Warner — o que motivou a oferta pública direta aos acionistas.

Rumores apontam que, caso a negociação seja concluída, a Paramount pretende fortalecer sua presença nas salas de cinema. David Ellison revelou ao Deadline que um estúdio combinado lançaria mais de 30 filmes por ano nas telonas, resposta direta às críticas de cineastas e distribuidores sobre o modelo da Netflix.

Do outro lado, Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, afirmou que continua comprometido com lançamentos no cinema, mas pretende “ajustar janelas” para atender ao apetite do público por consumo digital.

As próximas semanas serão decisivas. A oferta da Paramount tem validade até 8 de janeiro de 2026, mas pode ser estendida. Até lá, investidores, reguladores e os envolvidos na disputa devem protagonizar um dos embates mais importantes da história recente da indústria do entretenimento.

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