Reprodução / Instagram @yagodora
O surfe brasileiro voltou a fazer história. Neste domingo, em Cloudbreak, Fiji, Yago Dora entrou de vez para a galeria de campeões mundiais da WSL ao superar o norte-americano Griffin Colapinto na decisão do Finals e conquistar, pela primeira vez, o título máximo do esporte. Com apenas uma bateria necessária para confirmar a taça, já que liderava o ranking da temporada, o curitibano radicado em Florianópolis não deu chance ao rival e venceu por 15.66 a 12.33.
Aos 29 anos, Dora se torna o oitavo brasileiro a levantar o troféu nos últimos 11 anos, consolidando o domínio verde e amarelo no cenário internacional. A conquista, que coroa uma temporada de regularidade, foi celebrada ao lado dos pais e da namorada, que assistiam à performance de uma embarcação próxima ao pico de Cloudbreak.
“É inacreditável para mim. Desde que cheguei a Fiji senti essa energia positiva e acreditei que seria possível. Estou muito feliz por trazer mais esse título para o Brasil e agradeço a todos que estiveram comigo durante a minha carreira”, declarou o novo campeão.
O mar apresentou boas ondas e maré cheia no início da decisão, o que garantiu ritmo intenso já nos primeiros minutos. Griffin largou na frente com uma nota 5.17, mas Yago respondeu imediatamente com uma esquerda bem surfada que lhe rendeu 7.33 pontos. Pouco depois, o brasileiro somou mais 3.50, mas viu o americano reagir com um 6.33, reassumindo a ponta a 20 minutos do fim.
Sem se abalar, Dora encontrou sua melhor onda do confronto: um belo drop seguido de manobras precisas, que lhe renderam 8.33 pontos. O somatório de 15.66 colocou o brasileiro de volta à liderança. Precisando de uma nota alta, Griffin arriscou tudo, mas não encontrou a onda que poderia virar o placar. Terminou com 12.33 e viu o título escapar.
O Finals começou com a participação de Italo Ferreira, que venceu o australiano Jack Robinson com atuação consistente. O potiguar somou 14.33 contra apenas 5.83 do adversário, garantindo vaga na segunda rodada. No entanto, o “Brabo” encontrou pela frente justamente Griffin Colapinto. Em duelo equilibrado, Italo perdeu por 16.33 a 13.67, reclamando bastante da avaliação dos juízes. Suas melhores ondas foram 7.00 e 6.67, contra duas fortes notas do americano: 8.00 e 8.33. Com o resultado, Italo terminou o ano em quarto lugar no ranking.
Na disputa entre as mulheres, a australiana Molly Picklum levou a melhor sobre a americana Caroline Marks. A decisão foi em melhor de três baterias: Marks saiu na frente, mas Picklum reagiu com duas vitórias consecutivas, garantindo seu primeiro título mundial.
A conquista de Yago Dora mantém o Brasil como potência do surfe mundial. Em 11 temporadas, são oito títulos conquistados por atletas do país. Mais do que um marco estatístico, a vitória em Fiji é a realização de um sonho para o surfista curitibano, que agora escreve seu nome ao lado de ídolos como Gabriel Medina, Adriano de Souza e Ítalo Ferreira.