Reprodução / Instagram @brunohenrique27
A Justiça do Distrito Federal acatou um recurso do Ministério Público e ampliou a denúncia contra Bruno Henrique, atacante do Flamengo. Além da acusação por fraude esportiva, o jogador agora também responde por estelionato, crime que, em caso de condenação, prevê pena de um a cinco anos de prisão.
No recurso, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) defendia que Bruno Henrique e os demais investigados fossem incluídos também na acusação de estelionato, alegando obtenção de vantagem ilícita mediante fraude e prejuízo a terceiros. O pedido foi aceito nesta quinta-feira (4).
O Lance! teve acesso ao documento enviado pelo MPDFT. Nele, o órgão solicitava ainda que o atacante fosse obrigado a pagar uma fiança de R$ 2 milhões para assegurar o cumprimento dos trâmites do processo. Essa parte do pedido, no entanto, foi negada pelo Tribunal, que entendeu não haver risco de ausência do jogador e nem necessidade de sua presença física para o andamento da ação.
Além de Bruno Henrique, outras nove pessoas, incluindo o irmão do atleta, a cunhada e apostadores mencionados na investigação, também passam a responder por estelionato. A ampliação reforça a tese do MP, que sustenta a existência de um esquema voltado à manipulação de resultados e ganhos irregulares em apostas esportivas.
Posicionamento da defesa
A defesa do jogador afirmou ao Lance! que recebeu a decisão “com indignação” e garantiu que recorrerá aos órgãos competentes. Na nota enviada, os advogados destacam que a nova acusação contraria uma decisão anterior da primeira instância e afirmam confiar na revisão do caso pelo Judiciário.
Nota da defesa:
“A defesa do atleta Bruno Henrique recebeu com indignação a notícia do julgamento que acatou recurso do MPDFT para abrir ação penal quanto a um suposto crime de estelionato, fato que contraria decisão fundamentada do juiz de primeira instância. Com confiança no Poder Judiciário, será apresentado recurso pela defesa aos órgãos competentes, que demonstrará, mais uma vez, o claro equívoco da denúncia.”
Entenda o caso
A denúncia do Ministério Público foi apresentada em junho, envolvendo Bruno Henrique, seu irmão Wander Nunes Pinto e mais sete pessoas. De acordo com a investigação, o jogador teria informado ao irmão que levaria um cartão amarelo na partida contra o Santos, em novembro de 2023, no Mané Garrincha, em Brasília, jogo no qual ele já estava pendurado com dois cartões no Brasileirão.
A movimentação atípica de apostas feitas por Wander, sua esposa, uma prima e amigos sobre a possibilidade do cartão levantou suspeitas nas casas de apostas. As mensagens encontradas no celular de Wander serviram de base para a acusação.
Em 4 de setembro, o STJD condenou Bruno Henrique por manipulação de resultados, impondo suspensão de 12 jogos e multa de R$ 60 mil. A defesa do atleta sustentou, entre outros argumentos, a prescrição do caso, tese rejeitada pelo Tribunal.
No entanto, no julgamento do recurso em 13 de novembro, o atacante acabou absolvido pelo STJD e ficou liberado para atuar normalmente.




