Reprodução/Rovena Rosa/Agência Brasil
O cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, determinou a suspensão da transmissão das missas e conteúdos nas redes sociais postados pelo Padre Júlio Lancellotti, conhecido por sua atuação em prol de pessoas em situação de vulnerabilidade e o combate a aporofobia (preconceito e ódio aos pobres). “Agradeço a todos que ajudaram na transmissão dessa missa desde a pandemia. Hoje é a última vez que a missa está sendo transmitida. Até que haja ordem em contrário, a partir do domingo que vem, a missa será só presencial. Não haverá mais transmissão.” – escreveu em comunicado divulgado à imprensa.
Qual o motivo por trás do afastamento do Padre Júlio Lancellotti das redes sociais?
A decisão seria, na realidade, uma tentativa de proteger o padre, que vem sofrendo ataques de alguns nomes da extrema-direita. Em suas redes sociais, o padre conta com mais de dois milhões de seguidores, Todo domingo, o religioso tinha o costume de transmitir suas missas às 10h pelo Youtube no canal da Rede TVT (TV dos Trabalhadores). Em nota, Lancellotti afirmou que as missas continuarão acontecendo na Capela da Universidade São Judas, na Mooca, zona leste de São Paulo.

As missas continuam na zona leste de São Paulo
“As missas dominicais continuam sendo celebradas normalmente às 10h, na Capela da Universidade São Judas – Mooca. As redes sociais não estão sendo movimentadas por um período de recolhimento temporário.” Além disso, o padre negou que os rumores de que teria deixado a paróquia, afirmando que segue com seu compromisso com a Arquidiocese de São Paulo. Em 2024, o vereador Rubinho Nunes propôs a criação de uma CPI para investigar o padre, mas o pedido foi negado.
Os trabalhos do Padre Lancellotti em prol da comunidade
Júlio Renato Lancellotti nasceu em São Paulo no dia 27 de dezembro de 1948. É filho de um comerciante e uma dona de casa, e desde cedo recebeu educação religiosa. Aos 12 anos, foi estudar em um seminário de Araraquara, mas concluiu o ginásio em uma escola de padres agostinianos. Chegou a ser frade e concluiu o curso de auxiliar de enfermagem na Santa Casa de Misericórdia de Bragança Paulista. Aos 19 anos, deixou a vida religiosa e se dedicou aos trabalhos nos hospitais. Posteriormente, estudou Pedagogia na Faculdade Oswaldo Cruz. Foi professor e trabalhou no Serviço Social l de Menores e no Centro de Apoio ao Imigrante no Brás.
Auxílio na pandemia
Em 1980, tornou-se amigo Dom Luciano Mendes de Almeida. Juntos, fundaram Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo. Em 1985, foi ordenado padre por Dom Luciano. O padre sofre com perseguições de políticos e religiosos que são contra seu trabalho, mas segue com seu trabalho em prol dos mais vulneráveis como crianças, idosos e pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. Na época da pandemia, ele agiu a favor do cadastro de milhares de pessoas no auxílio emergencial, e trabalhou em uma campanha de vacinação para as pessoas com mais de 60 anos.
(Biografia do padre disponível no portal Iconografia da História)




