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Clubes pedem à CBF suspensão de novos gramados sintéticos até reunião de 2026

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Reprodução / Instagram @cbf

Dirigentes de parte dos clubes da Série A aproveitaram o Conselho Técnico realizado nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, para solicitar à CBF que interrompa a homologação de novos gramados sintéticos até que um estudo aprofundado seja concluído e uma diretriz definitiva seja estabelecida. A discussão, que voltou a mobilizar diferentes frentes do futebol brasileiro, deve ser retomada oficialmente entre fevereiro e março de 2026.

A pressão dos clubes contrários ao piso artificial ganhou força nos bastidores. Eles defendem que a decisão futura considere não apenas análises técnicas, mas também a opinião dos jogadores, muitos deles já manifestaram publicamente rejeição ao gramado sintético. No início do ano, nomes de peso como Neymar, Thiago Silva, Gabigol e Philippe Coutinho se posicionaram nas redes sociais contra o uso do material.

Embora não haja, por parte da CBF, uma sinalização clara de que a entidade vá vetar os sintéticos, o debate avança em direção à possibilidade de uma transição obrigatória para que todos os clubes utilizem apenas gramados naturais. Não se trata, porém, de uma determinação imediata. É, por ora, um movimento político majoritário entre os dirigentes da Série A.

Em sentido oposto, cinco clubes defenderam seus gramados sintéticos durante o encontro: Athletico-PR, Atlético-MG, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras. Em uma nota conjunta, argumentaram que “gramados sintéticos de alta performance superam, em diversos aspectos, campos naturais em condições ruins, realidade presente em parte significativa dos estádios do país”.

A CBF indicou que só após a discussão prevista para o primeiro trimestre de 2026 avaliará novos pedidos de mudança de piso nos estádios. Até lá, a entidade quer consolidar parâmetros mais sólidos. O tema não é novo: no início da temporada, a confederação encomendou um estudo sobre incidência de lesões em diferentes tipos de gramado. Os resultados, contudo, não apontaram discrepâncias relevantes. Agora, o foco inclui também impacto técnico no ritmo de jogo e possíveis vantagens competitivas.

A entidade avalia criar um modelo de governança mais rígido para temas sensíveis, com quórum qualificado para mudanças e prazos mínimos para revisão das regras. Um exemplo citado durante o encontro foi a regra de estrangeiros: em poucos anos, o limite saltou de cinco para sete, depois para nove. Hoje, há um entendimento disseminado entre clubes de que o número deve ser reduzido novamente.

Outro assunto que deve ressurgir na reunião de 2026 é a possível diminuição no número de rebaixados à Série B. A ideia, contudo, só avançará se houver participação e concordância dos clubes da segunda divisão, diretamente afetados pela medida.

O gramado sintético, entretanto, é o ponto mais explosivo da pauta. O Flamengo tem sido o clube mais incisivo contra esse tipo de superfície, posição acentuada, segundo bastidores, pela rivalidade recente com o Palmeiras, que adotou o piso artificial no Allianz Parque desde 2020. Nesta semana, o clube carioca formalizou uma proposta à CBF pedindo o fim dos gramados sintéticos no país, com transição até 2027 para a Série A e até 2028 para a Série B.

A ação do Flamengo provocou reações imediatas dos cinco clubes que utilizam ou utilizarão o piso na próxima temporada. A discussão acontece em um momento em que o Brasileirão de 2026 pode ter até 30% de suas partidas disputadas em campos sintéticos, índice inédito.

Nos bastidores, a CBF quer evitar que o assunto continue sendo empurrado para frente. A entidade promete enfrentar a questão de maneira definitiva, não apenas discutindo o futuro do sintético, mas também cobrando melhorias nos gramados naturais, que seguem sendo um dos grandes problemas estruturais do futebol brasileiro.

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