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Justiça dos EUA rejeita ação de Drake contra Universal por letra de “Not Like Us”

foto drake ganha na justica processo envolvendo kendrick lamar e universal music

Reprodução / Instagram @champagnepapi

A Justiça dos Estados Unidos decidiu arquivar o processo movido por Drake contra a Universal Music Group, pondo fim a um dos episódios mais polêmicos da rivalidade entre o rapper canadense e Kendrick Lamar. A decisão, proferida nesta quinta-feira (9), rejeitou as alegações de difamação feitas por Drake em razão da letra da música “Not Like Us”, em que ele afirmava ter sido injustamente acusado de pedofilia.

O artista sustentava que os versos da canção ultrapassavam os limites da provocação artística e atingiam sua reputação pessoal, ao insinuarem condutas criminosas. Além disso, acusava a gravadora de manipular dados de audiência e promover a faixa de maneira indevida, intensificando o impacto negativo sobre sua imagem. A Universal, em resposta, classificou o processo como “ofensivo e infundado”, alegando que o conteúdo da música se insere claramente no contexto de uma “batalha de rap”, gênero marcado por exageros, ironias e insultos deliberadamente provocativos.

A juíza Jeannette Vargas, responsável pelo caso, acolheu a argumentação da defesa da gravadora. Em sua decisão, ela afirmou que as declarações contidas em “Not Like Us” não poderiam ser interpretadas como afirmações factuais, mas sim como expressões artísticas típicas de diss tracks, músicas compostas especificamente para confrontar outros artistas.

“Embora a acusação de pedofilia seja indiscutivelmente grave, o contexto e a linguagem empregada tornam improvável que o público interprete o conteúdo como uma denúncia real”, escreveu a juíza.

A magistrada acrescentou ainda que, em disputas artísticas desse tipo, é esperado um tom agressivo e provocador, o que impede a aplicação de critérios jurídicos comuns a casos de difamação. “As diss tracks são parte de uma tradição cultural dentro do hip-hop, onde o objetivo é desafiar e desestabilizar o adversário por meio de palavras fortes e simbologia. A interpretação literal desses versos seria um equívoco”, destacou.

A rivalidade entre Drake e Kendrick Lamar vem se desenrolando há anos, mas atingiu um novo patamar em 2023. Tudo começou quando Drake lançou músicas em que se autoproclamava um dos “três grandes” de sua geração, ao lado de Lamar e J. Cole. A provocação resultou em uma série de respostas afiadas do rapper de Compton, que lançou “Not Like Us”, um sucesso imediato nas plataformas digitais e, ao mesmo tempo, um golpe certeiro em seu rival.

Desde então, os dois artistas vêm trocando farpas públicas e lançando músicas que beiram o ataque pessoal. Kendrick chegou a insinuar que Drake teria escondido a existência de uma filha, enquanto o canadense respondeu com versos que mencionavam supostas traições e agressões. A disputa, amplamente acompanhada pelos fãs, reacendeu o debate sobre os limites da arte dentro do hip-hop contemporâneo.

Com a decisão desta semana, o processo é oficialmente encerrado. A Corte americana entendeu que, no contexto da música e da cultura rap, a liberdade de expressão artística prevalece sobre alegações de difamação, desde que não haja provas de dano intencional e direto.

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