Um forte terremoto de magnitude 7,6 atingiu a costa nordeste do Japão na noite desta segunda-feira (8), gerando alerta imediato de tsunami e levando autoridades a determinarem evacuações em massa nas regiões de Hokkaido, Aomori e Iwate. O abalo sísmico ocorreu às 23h15 no horário local, a aproximadamente 80 quilômetros de Misawa, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). A Agência Meteorológica do Japão (JMA) confirmou que o tremor teve profundidade estimada em 50 quilômetros.
Pouco depois do terremoto, as primeiras ondas de tsunami começaram a atingir portos e cidades do litoral norte, incluindo Mutsu Sekinehama, Urakawa, Erimo, Hachinohe, Miyako, Kamaishi, Kuji, Tomakomai e Shiraoi. Até o momento, as ondas contabilizadas não ultrapassavam 40 centímetros, mas a JMA advertiu que o risco permanece alto e que ondas de até três metros podem ocorrer a qualquer momento.
Evacuação e primeiros registros
Imediatamente após o tremor, sistemas de alerta dispararam em diversas cidades, e o governo japonês orientou moradores a se deslocarem para áreas elevadas. O impacto do abalo foi sentido em grande parte do norte do país, incluindo Sapporo, onde alarmes de celulares soaram simultaneamente para milhares de pessoas.
Segundo relatos iniciais da imprensa local, alguns feridos foram registrados na região de Aomori. Em Hachinohe, moradores encontraram cacos de vidro espalhados pelas ruas após o tremor, que também balançou edifícios e interrompeu temporariamente serviços de transporte.
A primeira-ministra Sanae Takaichi afirmou que o governo está monitorando a situação em tempo real e preparando equipes de resposta caso o cenário se agrave. Este é o primeiro grande terremoto enfrentado por Takaichi desde que assumiu o cargo, em outubro deste ano.

Risco internacional e alerta ampliado
O Centro de Alertas de Tsunami do Pacífico, dos Estados Unidos, confirmou que a intensidade do tremor foi suficiente para gerar ondas perigosas em um raio de até 1.000 quilômetros. Além do Japão, áreas da costa sudeste da Rússia, Filipinas e Guam também podem ser atingidas, ainda que com ondas de menor intensidade.
Histórico sísmico e comparação com tragédias anteriores
O Japão está localizado no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, região que concentra algumas das maiores instabilidades geológicas do planeta. O arquipélago registra mais de 1.500 tremores anuais, e cerca de 20% dos terremotos de magnitude igual ou superior a 6,0 no mundo ocorrem no país.
O último evento de magnitude semelhante ocorreu em janeiro de 2024, quando um terremoto de 7,6 atingiu a região de Ishikawa, resultando em alertas de tsunami e na morte de 15 pessoas. Já a tragédia mais devastadora da história recente do Japão permanece a de 2011, quando um tremor de 9,0 gerou um tsunami com ondas de até 15 metros, inundou a usina de Fukushima e deixou cerca de 20 mil mortos.
Após o desastre de 2011, o Japão fortaleceu seus sistemas de monitoramento, barreiras de contenção e protocolos de evacuação. Ainda assim, a vulnerabilidade natural do território mantém o país em constante estado de atenção.
Situação permanece em monitoramento
As autoridades reforçam que novas ondas podem atingir a costa a qualquer momento e que o risco ainda não foi descartado. Moradores foram orientados a não retornar para áreas costeiras até comunicação oficial do governo japonês.
O sistema de alerta segue ativo em todo o norte do país, e atualizações devem ser divulgadas ao longo das próximas horas, conforme as equipes de monitoramento avaliam possíveis danos estruturais e novos desdobramentos do fenômeno.





