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Suspeito é preso após roubo de obras raras na Biblioteca Mário de Andrade em São Paulo

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Foto: Reprodução/Instagram/@cbnoficial

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira (8) um dos dois suspeitos envolvidos no roubo de 13 obras de arte raras da Biblioteca Mário de Andrade, localizada no Centro da capital paulista. O crime aconteceu no domingo (7/12) e mobilizou equipes policiais e sistemas de vigilância da cidade, incluindo câmeras do Smart Sampa, que flagraram a ação dos criminosos e ajudaram na identificação de um dos suspeitos, Felipe dos Santos Fernandes Quadra, de 31 anos, com antecedentes criminais por furto, roubo e tráfico de drogas. O segundo suspeito segue foragido e a polícia segue em buscas para localizá-lo.

De acordo com a investigação, os dois homens renderam funcionários da biblioteca e visitantes no momento do roubo, incluindo uma vigilante e um casal de idosos. As testemunhas relataram que os criminosos agiram de maneira rápida e precisa, levando consigo oito gravuras de Henri Matisse e cinco de Cândido Portinari. As obras faziam parte da exposição “Do Livro ao Museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”, em parceria com o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), que apresentava gravuras raras do álbum Jazz, de 1947, de Matisse, e da obra “Menino de Engenho”, de Portinari.

Imagens mostram o exato momento em que os suspeitos circulam pelas ruas próximas à biblioteca. Uma van azul estaciona nas proximidades, e os homens descem do veículo para retirar as obras. Em determinado ponto, algumas gravuras são deixadas encostadas em um muro, enquanto os suspeitos seguem movimentando outras peças pelo local. O veículo utilizado na fuga já foi localizado e encaminhado para perícia técnica, segundo a Secretaria da Segurança Pública.

Felipe dos Santos foi localizado em uma residência na Mooca, Zona Leste, e levado para interrogatório. As autoridades confirmaram que o homem já havia cometido crimes semelhantes anteriormente. A Polícia Federal também foi acionada para impedir que as obras roubadas saiam do país, com apoio da Interpol.

A Biblioteca Mário de Andrade, segunda maior do Brasil e a maior da cidade de São Paulo, completou 100 anos em fevereiro deste ano e possui um acervo rico e diversificado, incluindo obras de artistas consagrados nacional e internacionalmente. Entre eles, Cândido Portinari, considerado um dos maiores pintores brasileiros de todos os tempos, e Henri Matisse, referência mundial do Fauvismo, movimento que revolucionou a arte moderna ao explorar cores vibrantes e formas expressivas.

O roubo reacende a preocupação sobre a segurança de instituições culturais na cidade. Esta não é a primeira vez que a Biblioteca Mário de Andrade é alvo de criminosos. Em 2006, doze gravuras raras do século XIX foram furtadas e somente recuperadas 18 anos depois, em 2024, com a ajuda da Polícia Federal.

Em nota, a Secretaria da Cultura e Economia Criativa ressaltou a importância das obras e informou que os valores do seguro das peças são sigilosos por contrato. O curador-chefe do MAM, Cauê Alves, destacou que a exposição tinha como objetivo aproximar o público da história da arte moderna e da relação entre livros e museus, e lamentou profundamente o ocorrido.

A polícia continua investigando o paradeiro das obras e reforça que qualquer informação sobre o segundo suspeito ou sobre a localização dos quadros deve ser comunicada imediatamente. Até o momento, não há registros de feridos graves durante a ação.

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Carro utilizado pelos criminosos — Foto: Divulgação/Polícia Civil

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