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Luana Lopes Lara: a brasileira que se tornou a bilionária self-made mais jovem do mundo

Reprodução/Instagram/@luana_lopes_lara

Aos 29 anos, a brasileira Luana Lopes Lara entrou oficialmente para a elite dos bilionários mundiais que construíram a própria fortuna, de acordo com levantamento da revista Forbes. Cofundadora da plataforma de contratos de eventos Kalshi, hoje avaliada em US$ 11 bilhões (cerca de R$ 58,8 bilhões), ela se tornou a mulher mais jovem do planeta a acumular um patrimônio bilionário sem herança.

A conquista marca o ápice de uma trajetória tão improvável quanto impressionante — que vai do balé clássico na rigorosa Escola Bolshoi do Brasil aos laboratórios de ciência da computação do MIT, passando por competições acadêmicas e pelo mercado financeiro norte-americano.

Da disciplina extrema do balé à excelência acadêmica

Antes de ingressar no universo da tecnologia, Luana viveu uma rotina marcada por dedicação e sacrifício. Como aluna do Bolshoi de Joinville, a única filial da escola russa fora da Rússia, enfrentava treinos duros e competitividade intensa. Em relatos, ex-colegas lembram de exercícios extremos usados para aprimorar flexibilidade e resistência — um universo onde perfeição era regra.

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Reprodução/Instagram/@escola_bolshoi

Ao mesmo tempo, Luana brilhava nos estudos. Incentivada pela mãe, professora de matemática, e pelo pai, engenheiro elétrico, acumulou medalhas em olimpíadas acadêmicas, como ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e bronze na Olimpíada Catarinense de Matemática.

A excelência abriu portas para algumas das universidades mais seletivas do mundo. Segundo publicação do próprio Bolshoi, a jovem foi aprovada em Harvard, Stanford, Yale, além da UFRJ. Mas escolheu seguir para o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), onde ingressou em 2014 para estudar Ciência da Computação.

O insight que deu origem à Kalshi

Foi nos corredores do MIT que Luana conheceu o egípcio Tarek Mansour, hoje seu sócio e também bilionário. Ambos estagiaram em gigantes do mercado financeiro — ela na Bridgewater Associates e na Citadel, ele no Goldman Sachs — e perceberam um padrão: decisões de investimento são tomadas com base em expectativas sobre o futuro.

A pergunta que mudou tudo veio em uma caminhada despretensiosa até os dormitórios da universidade:

“Por que não existe um mercado direto onde as pessoas possam negociar a probabilidade de eventos específicos?”

A partir daí, surgiu a ideia da Kalshi, uma plataforma simples e objetiva na qual usuários podem apostar em resultados futuros, como inflação, indicadores econômicos, jogos esportivos ou eleições.

Fundada em 2018, a startup chamou atenção rapidamente e foi aceita pelo prestigiado programa Y Combinator.

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Reprodução/Instagram/@luana_lopes_lara

A primeira bolsa de eventos regulamentada nos EUA

O grande diferencial da Kalshi veio em 2020, quando a empresa recebeu aprovação da CFTC (Comissão de Negociação de Futuros de Commodities), tornando-se a primeira bolsa totalmente regulamentada de contratos de eventos nos Estados Unidos — um marco histórico.

Com isso, a Kalshi passou a operar ao lado de gigantes como:

  • Chicago Mercantile Exchange (CME)
  • Intercontinental Exchange (ICE)

Em 2023, Luana liderou uma disputa judicial após a CFTC proibir contratos eleitorais alegando risco de manipulação. A batalha terminou com vitória da startup, que se tornou a primeira plataforma legalmente autorizada a oferecer negociações sobre resultados eleitorais no país em mais de um século.

Crescimento meteórico e valorização bilionária

Nos últimos meses, a Kalshi atraiu alguns dos maiores fundos de tecnologia do mundo. Em dezembro, uma rodada de US$ 1 bilhão, liderada pela Paradigm e com participação de Sequoia Capital, Andreessen Horowitz e Y Combinator, elevou o valor da empresa para US$ 11 bilhões.

Com cada cofundador detendo cerca de 12% da companhia, Luana e Mansour viram seus patrimônios saltarem para aproximadamente US$ 1,3 bilhão (R$ 6,9 bilhões).

O avanço foi tão acelerado que, em menos de seis meses, a startup quintuplicou seu valor de mercado — impulsionada pelo aumento do volume teórico de negociações, que ultrapassou US$ 5,8 bilhões apenas em novembro.

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