Setembro chega com um propósito especial no calendário da saúde: a conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Conhecida como Setembro Amarelo, a campanha acontece em todo o Brasil e em diversos países, com o objetivo de abrir espaço para o diálogo sobre saúde mental, reduzir o estigma em torno do tema e incentivar as pessoas a buscarem ajuda.
Origem da campanha
O movimento nasceu nos Estados Unidos, em 1994, após a morte de um jovem de 17 anos chamado Mike Emme, que tirou a própria vida dirigindo um carro amarelo. Seus amigos e familiares distribuíram cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio, o que inspirou o símbolo da campanha. No Brasil, a iniciativa foi adotada em 2015, por meio do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), ganhando força a cada ano.
A realidade preocupante dos números
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que cerca de 14 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos, o que representa em média 38 mortes por dia. Esses dados revelam a urgência em discutir o tema e fortalecer políticas públicas de prevenção.
Importância do diálogo
Apesar da gravidade do assunto, o suicídio ainda é tratado como tabu em muitas famílias e ambientes sociais. O Setembro Amarelo busca justamente romper esse silêncio, mostrando que conversar sobre saúde mental pode salvar vidas. Especialistas reforçam que ouvir sem julgamentos, oferecer apoio e encaminhar a pessoa para ajuda profissional são atitudes fundamentais.
Como a sociedade pode ajudar
Durante todo o mês de setembro, monumentos, prédios públicos e pontos turísticos são iluminados de amarelo como forma de chamar atenção para a causa. Além disso, escolas, empresas e comunidades promovem palestras, rodas de conversa e ações educativas.
A população também pode participar compartilhando informações, usando símbolos da campanha e, principalmente, praticando a escuta ativa com amigos e familiares que possam estar passando por momentos difíceis.
Canais de apoio
No Brasil, há serviços disponíveis de forma gratuita para quem precisa de apoio emocional. O mais conhecido é o CVV (Centro de Valorização da Vida), que oferece atendimento 24 horas por dia, pelo telefone 188 ou pelo site www.cvv.org.br. O serviço é sigiloso e prestado por voluntários treinados.
Mais do que um mês de conscientização
Embora setembro seja o mês símbolo da campanha, a prevenção ao suicídio precisa ser uma preocupação constante. A saúde mental deve ser tratada como prioridade durante todo o ano, tanto no âmbito individual quanto coletivo. Isso envolve ampliar o acesso a serviços psicológicos e psiquiátricos, além de combater preconceitos e promover ambientes mais saudáveis e acolhedores.
O Setembro Amarelo não é apenas um alerta: é um convite para toda a sociedade refletir, apoiar e agir. Falar sobre saúde mental é um passo essencial para salvar vidas.
