O Brasil manifestou forte preocupação com as novas tarifas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos, em especial pela possibilidade de um aumento de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A posição foi apresentada nesta quarta-feira, 23 de julho de 2025, pelo embaixador Philip Gough, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, durante uma reunião do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, na Suíça.
Sem citar diretamente o ex-presidente Donald Trump, responsável pelo anúncio das tarifas no dia 9 de julho, Gough classificou as medidas como “arbitrárias” e “implementadas de forma caótica”. Segundo ele, a ação compromete as cadeias globais de valor e ameaça mergulhar a economia mundial em um ciclo perigoso de estagnação e aumento de preços.
O representante brasileiro também alertou que sanções unilaterais desse tipo violam os princípios fundamentais da OMC, enfraquecendo as regras que garantem equilíbrio e previsibilidade ao comércio internacional.
Apesar da tensão, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso com o diálogo e a diplomacia. O Brasil apresentou um recurso formal à OMC, buscando barrar a entrada em vigor das tarifas elevadas e proteger suas exportações.