Reprodução / Instagram @hytalosantos
O influenciador digital Hytalo Santos e seu marido, Israel Natã Vicente, foram denunciados por crimes graves, como tráfico de pessoas e exploração sexual. As acusações vieram à tona com o vídeo do influenciador digital Felca.
Erick Neto, um maquiador e influenciador que acompanhou o casal em uma viagem a São Paulo em 2020, decidiu vir à público e relatar o que presenciou quando trabalhava para o casal. O relato de Erick foi ao ar no programa “Profissão Repórter” da última terça-feira.
Segundo Erick, que na época tinha 20 anos, uma adolescente que participava das gravações de Hytalo também estava na viagem. Ele notou que a idade da menina era incerta, pois ora diziam ter 15 anos, ora 16, mas ela “claramente tinha a cara de criança”. A jovem, que era frequentemente sexualizada com roupas curtas, era incentivada a fazer danças para a internet. “Era um discurso de: ‘Ah, mas é porque ela gosta de usar’”, relembra o maquiador.
Erick ainda denunciou um episódio marcante. De acordo com ele, Hytalo instruiu o grupo a colocar três comprimidos de dramin no suco da menina para que ela ficasse dopada. O objetivo era evitar que a adolescente saísse com o grupo para jantar, já que ela “tinha muita vontade de ir para os lugares que ela não poderia”. Segundo o maquiador, a medicação era usada para que a menina “dormisse e perdesse a noção do tempo”. A jovem teria sido deixada sozinha na residência alugada pelo influenciador em São Paulo.
Além disso, Erick também testemunhou uma agressão de Israel Natã contra Hytalo Santos na frente da menina. Ele conta que Israel “estava chutando a cabeça do Ítalo na quina da cama”. Ao tentar intervir, Erick diz que foi empurrado e agredido com um soco nas costas dados por Israel, que também deu um murro em uma porta de vidro, que se estilhaçou. A adolescente presenciou toda a cena.
“A pior cena que eu já vi na minha vida foi essa. A menina viu tudo”, disse Erick. No dia seguinte, ele e duas outras influenciadoras gravaram um vídeo denunciando a agressão. Contudo, a promotora de Justiça Ana Maria França, responsável pelo caso, afirmou à equipe do “Profissão Repórter” que não tinha conhecimento da existência desses vídeos.
Atualmente, Hytalo Santos e seu marido, Israel Natã Vicente, permanecem presos preventivamente após decisão da Justiça de São Paulo, que apontou risco à ordem pública, indícios de obstrução de justiça e fortes elementos que sugerem a prática de crimes como tráfico de pessoas, exploração sexual de menores e trabalho infantil artístico irregular. A prisão foi decretada após operações de busca e apreensão realizadas em imóveis ligados ao casal, tanto em São Paulo quanto na Paraíba, onde foram encontrados sinais de destruição ou ocultação de provas.
