Reprodução/Instagram/@_renatasaldanha e Gshow
No Dia Mundial da Psoríase, celebrado em 29 de outubro, a campeã do “BBB 25”, Renata Saldanha, abriu o coração em entrevista ao portal Gshow sobre seu diagnóstico e o convívio diário com a doença inflamatória crônica da pele.
Sintomas desde a infância
Renata, natural do Ceará, contou que desde criança apresentava irritações recorrentes em regiões de dobra, como joelhos, cotovelos e pescoço, que se agravavam com calor e suor. “Eu, desde criança, tinha muitas alergias. A minha pele sempre foi muito sensível. Eu tratava algo que os dermatologistas chamavam de eczema de dobra. Nas épocas mais quentes, aquilo ficava absurdo. Eu dançava em Fortaleza e passava quase quatro horas ensaiando, suada. Já era quase natural do meu corpo”, relatou.
O diagnóstico oficial veio em 2017, após uma reação alérgica intensa à tinta de cabelo, que resultou em urticária pelo corpo inteiro. “Quando fui ao dermatologista, ele olhou e disse: ‘Você está com crise de psoríase’. Fiz a biópsia e deu positivo. Tudo começou a fazer sentido”, lembrou.
Segundo a dermatologista Maria Clara Nobre, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é comum que os primeiros sinais da psoríase sejam confundidos com outras condições de pele, retardando o diagnóstico. “A psoríase é uma doença inflamatória crônica e autoimune. O sistema imunológico ataca, por engano, células da pele, causando inflamação e renovação acelerada. O resultado são placas vermelhas e descamativas. Muitas vezes, ela começa de forma sutil, o que atrasa o diagnóstico”, explicou.

Impacto físico e emocional
Renata destacou que as crises mais intensas ocorriam em períodos de maior esforço físico ou tensão emocional. “Meu corpo estava tentando falar comigo. Em temporadas de espetáculo, quando eu me exercitava demais ou estava ansiosa, a doença se manifestava. Às vezes nem era só emocional, era físico mesmo”, comentou.
Além do desconforto físico, ela enfrentou preconceito e olhares críticos. “O mais cansativo era a forma como as pessoas olhavam, como se fosse escolha minha estar daquele jeito. Diziam: ‘Por que você não passa uma pomadinha?’ ou ‘Por que você não faz esse tratamento?’. Eu já tinha tentado de tudo. Quando eu estava em crise e a pele ficava muito exposta, as pessoas olhavam como se fosse contagioso”, relatou.
Maria Clara Nobre reforça que a desinformação ainda é um dos grandes desafios para os pacientes. “Psoríase não é contagiosa e não tem relação com higiene. A desinformação impacta diretamente a autoestima do paciente.”
Autocuidado, alimentação e acompanhamento
Durante a pandemia de Covid-19, Renata passou por uma das fases mais críticas da doença. “Comecei a terapia e procurei uma nutricionista. Quando entendi que meu emocional e a alimentação estavam ligados à psoríase, tudo mudou. Passei muito tempo sem sintomas fortes. Hoje, eu sei quais são os meus gatilhos”, disse.
A influenciadora destacou a importância da alimentação anti-inflamatória, do respeito aos limites do corpo e do acompanhamento médico. “Quando começo a sentir sintomas, já sei o que fazer para evitar que a crise se agrave. Passei a ter menos crises e, quando elas apareciam, conseguia controlar muito mais rápido”, explicou.
Maria Clara enfatiza que hábitos saudáveis potencializam os resultados clínicos: “Além dos tratamentos médicos, que incluem cremes, pomadas, medicamentos orais, injetáveis e biológicos, o estilo de vida tem um impacto muito grande. Alimentação equilibrada, hidratação da pele, sono adequado e controle do estresse são aliados importantes.”

Informação e acolhimento
Renata Saldanha reforça que a psoríase vai além da aparência física e que falar sobre a doença é uma forma de combater preconceitos. “Psoríase é uma doença como tantas outras que a gente pode ter. A gente não escolhe isso. Muitas vezes, o corpo está apenas comunicando, de forma visível, que precisa parar e ser cuidado. Em vez de olhar torto ou criticar, o melhor é tentar entender e acolher”, concluiu.
O Dia Mundial da Psoríase serve como alerta para a necessidade de informação e empatia. Entre os fatores que podem desencadear crises estão: estresse, alimentação inflamatória, traumas na pele, consumo de álcool, tabaco e clima seco. Cuidados importantes incluem acompanhamento médico, alimentação equilibrada, hidratação, atenção à saúde emocional e conscientização da sociedade.




