Reprodução / Instagram @vascodagama
A longa novela envolvendo o novo fornecedor de material esportivo do Vasco chegou ao fim. Após meses de conversas, ajustes contratuais e expectativas criadas dentro e fora de São Januário, o clube oficializou nesta terça-feira o acerto com a Nike para um vínculo de sete anos, que começa a valer em 2026. A diretoria vascaína tratou a assinatura como um marco estratégico, tanto pelo reposicionamento global que a marca norte-americana promete oferecer quanto pela diferença financeira extremamente favorável em relação ao acordo anterior.
Até este ano, o Vasco era parceiro da Kappa em um contrato considerado modesto pelos atuais dirigentes: pagamentos fixos de apenas R$ 600 mil anuais e participação de 13% nos royalties referentes às vendas de produtos licenciados. O salto para a nova realidade é expressivo. Mesmo na estimativa mais conservadora, o clube projeta arrecadar cerca de R$ 250 milhões ao longo dos sete anos de parceria, algo em torno de R$ 35 milhões por temporada, com chance de crescimento atrelado ao desempenho esportivo e ao volume de vendas. Em termos práticos, trata-se do maior contrato de fornecimento de material esportivo da história do Vasco.
Pedrinho e sua equipe sempre defenderam que o tamanho da instituição pedia uma marca de alcance mundial e com capacidade de reposicionar o clube em mercados estratégicos. A Nike, por sua vez, tem a intenção de incluir o Vasco em sua rede global: camisas e produtos cruz-maltinos devem ganhar espaço em lojas da empresa nos Estados Unidos, no continente asiático e, sobretudo, na Europa. No futebol brasileiro, apenas a Seleção Brasileira e o Corinthians possuem esse nível de integração internacional com a fornecedora.
A Nike escolheu um caminho simbólico para anunciar a parceria. O comunicado foi publicado na página global “Nike Football”, e o vídeo foi narrado por Rayan, jovem revelado em São Januário e patrocinado pela marca desde a base. A estratégia inclui também Philippe Coutinho, outro atleta formado no clube e patrocinado pela empresa desde muito jovem. Por isso, Rayan e Coutinho foram os únicos jogadores a aparecer no vídeo de lançamento, ambos vistos internamente como rostos internacionais capazes de reforçar a imagem da parceria.
A recepção da torcida confirmou o interesse em torno do acordo. Em menos de dez horas, o vídeo de anúncio ultrapassou a marca de 6,5 milhões de visualizações, um número muito acima do registrado quando a Nike comunicou seu acordo com o Atlético-MG, que alcançou 2 milhões de visualizações em duas semanas. O engajamento impressionou executivos tanto da empresa quanto do clube.
Quanto aos uniformes, os primeiros detalhes já foram definidos. Os modelos 1 e 2 terão golas pretas e acabamento das mangas no mesmo tom. O swoosh da Nike virá em branco nos uniformes pretos e em preto nos brancos. A data de lançamento oficial ainda não foi anunciada, mas a intenção é estrear a nova coleção durante o Campeonato Carioca. Em nota, o Vasco explicou que, de maneira excepcional, a base utilizará uniformes temporários da Nike na Copa São Paulo de Futebol Júnior, para garantir que o elenco profissional possa fazer a estreia solene dos novos modelos no Estadual. Essas peças provisórias não serão comercializadas.
Outro ponto discutido é a numeração das camisas. A Nike ofereceu ao clube um leque de cores que poderá variar conforme a necessidade de visibilidade durante cada partida. Dependendo da iluminação do estádio, da cor do uniforme adversário e do padrão do próprio uniforme vascaíno, os números poderão alternar entre vermelho, branco ou preto, garantindo melhor leitura dentro de campo.
O acordo, além de representar um salto financeiro, simboliza um novo posicionamento de mercado para o Vasco, que busca reconquistar protagonismo nacional e ampliar sua presença internacional. A Nike, por sua vez, aposta no potencial de um clube com forte apelo histórico e uma torcida capaz de gerar engajamento massivo, algo já visível desde o primeiro anúncio da parceria.
