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O técnico Renato Gaúcho não comanda mais o Fluminense. Na noite desta terça-feira, após a eliminação para o Lanús na Copa Sul-Americana, o treinador anunciou sua saída em entrevista coletiva no Maracanã. O empate por 1 a 1 sacramentou a queda tricolor na competição continental, e Renato surpreendeu ao revelar, apenas na última pergunta, que havia entregado o cargo ao presidente do clube.
Durante a coletiva, que durou cerca de 17 minutos, Renato respondeu normalmente aos questionamentos da imprensa. No fim, decidiu abrir o jogo. “Eu nem deveria estar falando isso. Quem vai se manifestar é o presidente. Mas antes de vir para cá, eu pedi demissão. A partir de agora, outro profissional vai estar aqui respondendo às perguntas. Quero ver se ele vai escalar o time que a torcida quer ou o time da cabeça dele”, afirmou o ex-técnico.
O treinador destacou que sempre procurou dar o máximo pelo clube, mas justificou a saída como uma decisão pessoal:
“Sempre fiz o melhor pelo Fluminense em todas as competições. Hoje estamos fora da Sul-Americana, mas seguimos bem no Brasileirão e na Copa do Brasil. Se estivéssemos mal no campeonato, eu não teria coragem de sair. Mas como estamos em boa situação, acho melhor descansar a cabeça e deixar que outros falem de futebol, já que entendem tanto”, ironizou, referindo-se às críticas que vinha recebendo nas redes sociais.
Renato foi bastante cobrado pelos torcedores presentes ao Maracanã, que gritaram “burro” nos minutos finais da partida contra o Lanús. Questionado sobre a pressão da arquibancada e da internet, o técnico voltou a criticar a influência das redes sociais no esporte.
“Há dois meses eu já disse: o futebol acabou por causa das redes sociais. Hoje é uma guerra constante. Quando ganha, há alguns elogios. Quando perde, ninguém presta. Nem jogador, nem treinador”, afirmou.
Com a saída do técnico, também deixam o clube os auxiliares Alexandre Mendes e Marcelo Salles. A diretoria definiu que, de forma interina, Marcão, auxiliar permanente, assume a equipe já no próximo compromisso. O Tricolor volta a campo no domingo, contra o Botafogo, pelo Brasileirão, novamente no Maracanã.
Renato havia assumido o Fluminense no dia 3 de abril. Desde então, foram 42 partidas no comando, com 21 vitórias, 9 empates e 12 derrotas. Sob sua liderança, o clube chegou à semifinal da Copa do Mundo de Clubes e garantiu presença entre os quatro melhores da Copa do Brasil, na qual enfrentará o Vasco em dezembro. No Campeonato Brasileiro, o time ocupa a oitava colocação.
