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A Comissão Reguladora independente da federação inglesa de futebol decidiu advertir oficialmente o meia Lucas Paquetá, do West Ham, por não ter colaborado completamente com a investigação sobre suspeitas de envolvimento com apostas esportivas. O jogador foi considerado culpado por duas infrações da Regra F3, que obriga atletas a responder a questionamentos e fornecer informações durante processos de apuração.
Apesar disso, Paquetá já havia sido absolvido em julho de 2025 das acusações de manipulação de resultados, a parte mais grave da investigação. Segundo a comissão, o problema agora foi o fato de o atleta não ter atendido pedidos da entidade nos dias 11 de setembro e 10 de novembro de 2023, quando deveria ter prestado esclarecimentos adicionais.
Inicialmente, a federação cogitou aplicar uma multa ao jogador, mas a penalidade acabou sendo reduzida para advertência formal, levando em conta o contexto e as circunstâncias apresentadas no processo.
Motivos e contexto da decisão
Na avaliação da comissão, o comportamento de Paquetá não teve intenção de prejudicar a investigação. Entre os fatores que pesaram a favor dele estão o domínio limitado do inglês e a falta de conhecimento jurídico, o que fez com que o atleta seguisse à risca as orientações de seus advogados, designados pelo próprio West Ham.
O documento também menciona que a federação inglesa não demonstrou interesse em ouvir o jogador em uma segunda entrevista, mesmo depois de ele ter prestado depoimento e entregue seu celular pessoal para análise técnica em dezembro de 2023.
Histórico limpo pesou na decisão
Outro ponto que influenciou a decisão foi o histórico disciplinar exemplar do meio-campista. A comissão reconheceu que uma multa poderia causar impacto desproporcional, levando em conta o desgaste emocional e o estresse enfrentados pelo brasileiro durante a investigação.
O relatório também destacou que Paquetá passou por forte pressão psicológica ao longo do processo, temendo que sua carreira pudesse ser prejudicada caso as suspeitas de manipulação se confirmassem. A conclusão, no entanto, reafirmou que não havia provas de envolvimento direto do jogador com esquemas de apostas.
Encerramento do caso
Com a decisão final, a federação inglesa informou que não pretende recorrer da absolvição de Paquetá no caso principal. Assim, o processo é considerado oficialmente encerrado.
De acordo com o documento, 90% dos custos da investigação serão pagos pela FA, enquanto os 10% restantes ficarão sob responsabilidade do jogador. A entidade ressaltou que a advertência tem caráter educativo e não interfere na atuação profissional do atleta.
Paquetá, por sua vez, busca agora deixar o episódio no passado e concentrar-se no restante da temporada com o West Ham, clube pelo qual é uma das principais referências.




