Lando Norris é oficialmente o novo campeão mundial da Fórmula 1. O piloto britânico de 26 anos selou o título da temporada 2025 neste domingo (7), ao terminar o GP de Abu Dhabi na terceira colocação e fechar o campeonato com 423 pontos — resultado suficiente para interromper a hegemonia de Max Verstappen, que durava quatro anos consecutivos. A conquista coroa a evolução técnica da McLaren e quebra um jejum que já se estendia desde 2008, quando Lewis Hamilton levou para casa o primeiro de seus sete títulos.
A vitória de Verstappen em Yas Marina e o segundo lugar de Oscar Piastri não foram suficientes para alterar o desfecho da disputa. O holandês encerrou o Mundial com 421 pontos, apenas dois a menos que Norris, mantendo o vice-campeonato após uma temporada marcada por oscilações e pela queda de rendimento da Red Bull Racing. A McLaren, por sua vez, confirmou seu retorno definitivo ao topo da categoria ao já ter conquistado, antecipadamente, o título de construtores de 2025 — o segundo consecutivo.
Um título que coroou a reconstrução da McLaren
O nono título de construtores da equipe inglesa, conquistado em 2024, foi o grande sinal de que uma mudança significativa estava em curso. Depois de quase duas décadas alternando entre o meio e o fim do pelotão, a McLaren reconstruiu sua estrutura técnica, acertou a mão no desenvolvimento aerodinâmico e passou a disputar de igual para igual com a RBR — até então dominante absoluta da era do efeito solo, iniciada em 2022.
Com o novo MCL39, lançado para a temporada 2025, a equipe de Woking alcançou estabilidade, velocidade e confiabilidade. O carro se mostrou competitivo em circuitos de características distintas e ofereceu aos seus pilotos a chance de lutar por vitórias de maneira consistente. Oscar Piastri, inclusive, liderou boa parte da temporada, vencendo sete provas e colocando pressão direta sobre Verstappen, que passou a enfrentar um carro da McLaren rapidamente ascendente enquanto a RBR buscava se reencontrar tecnicamente.
A temporada de Norris: irregular no início, dominante no fim
Norris, que vinha de um vice-campeonato em 2024, demorou a engrenar em 2025. O britânico venceu apenas duas das primeiras dez corridas e chegou a admitir, publicamente, que atravessava um momento de baixa confiança. Enquanto isso, Piastri acumulava triunfos e Verstappen tentava se recuperar diante de um equipamento inferior ao de anos anteriores.
Mas o cenário mudou radicalmente após a metade da temporada. Norris venceu na Áustria, Inglaterra e Hungria, retomou o ritmo competitivo e deixou para trás uma fase marcada por erros e acidentes — como o toque com Piastri no GP do Canadá. A partir da vitória no México, já no fim de outubro, o britânico assumiu a liderança do Mundial e não perdeu mais.
Mesmo com a recuperação tardia de Verstappen, que voltou a vencer com consistência na reta final, Norris sustentou o desempenho decisivo. Em São Paulo, venceu com autoridade, num acerto de contas com a prova que havia praticamente lhe tirado o título no ano anterior. Na corrida final em Abu Dhabi, administrou a posição necessária para garantir o campeonato — mesmo vendo Verstappen e Piastri ocuparem os dois primeiros lugares do pódio.

Fim de uma era e início de outra
O título de Norris representa mais do que uma conquista individual. Marca o encerramento de um ciclo histórico da Fórmula 1: a era Verstappen, que acumulou quatro títulos consecutivos entre 2021 e 2024 e protagonizou algumas das temporadas mais dominantes da categoria.
Também simboliza o início de uma nova fase para a McLaren, que volta a ser referência técnica após quase vinte anos de dificuldades. Com um carro competitivo, uma dupla forte e uma estrutura consolidada, a equipe entra em 2026 como favorita natural — e com o campeão mais jovem da era moderna desde Hamilton preparado para defender seu título.
Com a conquista, Norris se torna o 35º campeão mundial da Fórmula 1 e o terceiro britânico campeão pela McLaren, ao lado de James Hunt e Lewis Hamilton. Um nome que, definitivamente, entra para a história da categoria.





