O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) divulgou o prognóstico climático para dezembro de 2025, indicando um cenário de contrastes em todas as regiões do Brasil. Enquanto partes do país devem registrar chuvas acima da média histórica, outras enfrentarão déficit hídrico significativo. As temperaturas, por sua vez, tendem a ficar mais altas do que o normal na maior parte do território nacional, aumentando a atenção sobre os impactos nas lavouras em pleno desenvolvimento.
Chuva: contrastes entre regiões
O relatório mostra que a Região Sul será a mais afetada pela redução das chuvas, com previsão de volumes abaixo da média climatológica em praticamente todo o território. O Rio Grande do Sul deve ter acumulados até 75 mm abaixo do esperado, especialmente no oeste do estado. A tendência também se estende à maior parte de Santa Catarina e ao oeste do Paraná.
Na contramão, estados do Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste devem experimentar chuvas acima da média, especialmente:
- Centro-Norte e Centro-Sul do Amazonas
- Centro-Sul do Tocantins e boa parte do Pará
- Grande parte da Bahia e Piauí
- Regiões de Goiás, oeste do Mato Grosso e leste do Mato Grosso do Sul
- Minas Gerais, Rio de Janeiro e grande parte de São Paulo
Em áreas como Amapá e regiões do Tocantins, o volume de chuva pode atingir até 150 mm acima da média, favorecendo recuperação hídrica e desenvolvimento vegetativo de diversas culturas.
Temperaturas devem ficar acima da média no Brasil inteiro
O INMET projeta que dezembro será marcado por temperaturas elevadas, com desvios positivos em quase todo o país. Em algumas regiões, especialmente no Sudeste do Pará, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, as temperaturas podem ficar até 1,5 °C acima da média histórica.
Na Região Nordeste, o calor será generalizado, com temperaturas acima de 27 °C, principalmente no sul do Piauí. No Sudeste, o termômetro pode ultrapassar facilmente 32 °C em áreas do oeste paulista e norte de Minas Gerais.
Somente alguns pontos isolados da Região Norte — como o Amapá, o oeste do Amazonas e o noroeste do Pará — poderão registrar temperaturas dentro da média ou levemente abaixo.
Impactos nas culturas agrícolas
As condições previstas trazem efeitos diretos para a agricultura brasileira, sobretudo para culturas sensíveis ao excesso ou à falta de umidade.
Região Norte: risco de déficit hídrico em áreas estratégicas
Com chuvas irregulares e altas temperaturas, estados como Amazonas, Pará e Acre podem enfrentar redução da umidade do solo. Cultivos como cacau, açaí e frutas tropicais podem sofrer queda na produtividade e na qualidade dos frutos.
Já no Amapá e Baixo Amazonas, o volume de chuva acima da média tende a favorecer pastagens e culturas permanentes.
Região Nordeste: cenário favorece grãos e fruticultura irrigada
O aumento das chuvas deve beneficiar culturas como feijão e milho, especialmente nas fases de enchimento de grãos. A fruticultura irrigada — forte na região — também deve se desenvolver melhor com maior reposição hídrica.
Região Centro-Oeste: boas condições, mas com atenção ao estresse hídrico
O clima tende a favorecer soja e milho de primeira safra, principalmente nas áreas que receberão precipitação acima da média. Porém, regiões do norte do Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul podem enfrentar períodos de seca moderada no início do ciclo, exigindo manejo cuidadoso.
Região Sudeste: avanço dos cultivos de verão
Com a combinação de chuva e calor, culturas como soja, milho, feijão, café e cana-de-açúcar devem se beneficiar da boa umidade do solo. A condição é especialmente positiva para a fase de implantação e início do desenvolvimento vegetativo.
Região Sul: atenção à baixa umidade e ao calor
A redução das chuvas deve facilitar a colheita das culturas de inverno, reduzindo doenças fúngicas. No entanto, para os cultivos de verão, o déficit hídrico e as temperaturas acima da média podem acelerar a maturação e exigir monitoramento intensificado.
