Reprodução / Instagram @santosfc
A revelação antecipada da lesão de Neymar no menisco do joelho esquerdo gerou um novo desgaste na relação entre a família do jogador e o Santos. O pai do atacante, que acompanha de perto cada etapa da recuperação, ficou especialmente irritado ao perceber que a informação havia escapado antes do momento previsto.
Na quarta-feira (26), ele passou o dia no CT Rei Pelé observando o teste físico realizado por Neymar durante o treino. Defensor da ideia de que o filho ainda poderia atuar mesmo sem estar totalmente recuperado, o empresário queria ver de perto como o joelho reagiria aos movimentos mais intensos.
A lesão é um esgarçamento no menisco, quadro que pode causar dor dependendo do impacto e até a sensação de instabilidade na articulação. Apesar do incômodo, Neymar consegue correr, o que mantém viva a chance de estar em campo contra o Sport, na sexta-feira (28), na Vila Belmiro.
A situação ficou ainda mais tensa após o pai do jogador ser abordado, na noite anterior, durante um evento no Museu Pelé, onde a NR Sports oficializou a compra da marca do Rei, com perguntas sobre a contusão. Surpreso e visivelmente incomodado, evitou comentar e, ao telefone, desabafou em tom exaltado. Nos bastidores, culpou o Santos pelo vazamento e acusou o clube de quebrar o sigilo sobre o estado clínico do atleta.
Indefinição e reta final decisiva
A partir daí, a presença de Neymar na equipe virou uma incógnita. O Santos adotou silêncio absoluto. A única aparição pública do camisa 10 foi em um vídeo institucional do clube, mostrando o jogador treinando com uma proteção no joelho. A decisão final sobre sua escalação deve sair no treinamento desta quinta-feira, o último antes do jogo válido pela 36ª rodada do Brasileirão.
A dúvida surge num momento sensível: o confronto com o Sport abre a reta final da luta do Santos contra o rebaixamento. Depois, a equipe enfrenta o Juventude, em Caxias do Sul, e fecha o campeonato na Vila Belmiro contra o Cruzeiro.
Relação desgastada
A tensão também expõe um desgaste que já vinha se acumulando entre o pai de Neymar e o presidente Marcelo Teixeira. A relação, antes cordial, se deteriorou ao longo do ano, agravada pelo quadro físico do jogador e pelas dificuldades financeiras enfrentadas pelo clube, fatores que travaram as conversas sobre uma possível renovação para 2026.
No evento no Museu Pelé, o distanciamento ficou evidente. Teixeira chegou sozinho, discursou rapidamente e não apareceu nas imagens de bastidores exibidas pela organização.
O ano foi marcado por ruídos silenciosos entre as partes. De um lado, Neymar investiu em melhorias estruturais na Vila Belmiro, bancando reformas em camarotes, vestiários e áreas internas. De outro, Teixeira buscava avançar com a WTorre no projeto de demolição e reconstrução do estádio, iniciativa que corre em paralelo aos aportes pessoais do jogador.




