As cinzas de Preta Gil, que faleceu em julho deste ano aos 50 anos após lutar contra um câncer no intestino, ganharam um destino especial e repleto de significado. Atendendo a um desejo antigo da artista, parte de suas cinzas foi transformada em diamantes entregues a amigos e familiares próximos. A homenagem emocionante foi revelada por Gominho, um de seus maiores confidentes, durante entrevista exibida no “Fantástico”, da TV Globo, neste domingo (23).
Segundo ele, Preta sempre demonstrou encantamento pela possibilidade de eternizar sua história dessa forma. “Quando ela descobriu que poderia virar diamante, ela achou simplesmente magnífico”, contou o apresentador. Gominho é um dos 12 amigos que receberam o diamante simbólico. Para ele, a joia representa exatamente quem Preta era: forte, resistente e impossível de quebrar.
O processo de criação dos diamantes foi realizado em duas etapas. Uma parte das cinzas foi enviada a um laboratório em São Paulo e, depois, encaminhada para a Índia, onde foram produzidas as peças destinadas aos amigos mais próximos. Já os colares feitos para a família foram produzidos integralmente no Brasil, em um laboratório especializado em Curitiba.
O procedimento consiste em extrair o carbono presente nas cinzas e submetê-lo a um ambiente de alta pressão e temperatura, replicando o processo natural de formação de diamantes — porém acelerado em laboratório. O resultado é uma pedra real, com as mesmas propriedades de um diamante encontrado na natureza.
Além de Gominho, nomes como Duh Marinho, Carolina Dieckmann e Jude Paulla também receberão as joias criadas em homenagem à cantora. Já na família, a neta Sol de Maria e a mãe de Preta, Sandra Gadêlha, estão entre as pessoas que ganharão os colares especiais.
Quem foi Preta Gil
Preta Maria Gadelha Gil Moreira, conhecida como Preta Gil, nasceu em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro. Filha do renomado músico Gilberto Gil e de Sandra Gadelha, ela cresceu em um ambiente artístico – sua família inclui figuras importantes da música brasileira.
Sua carreira começou nos bastidores: Preta trabalhou como estagiária em agências de publicidade e produção de vídeos, antes de se lançar como cantora. Em 2003, ela lançou seu primeiro álbum, Prêt-à-Porter, e seguiu com outros projetos musicais que combinaram pop, axé e MPB.
Além da música, Preta era apresentadora, atriz e empresária. Em 2017, cofundou a agência Mynd8, voltada para talentos fora do padrão, como mulheres, pessoas negras e da comunidade LGBTQ+, deixando um legado importante no universo da comunicação e da representatividade.
Em janeiro de 2023, Preta Gil descobriu um câncer no intestino. Ela passou por uma cirurgia para remover o tumor, procedimento que resultou em uma ileostomia — quando uma parte do intestino delgado é exteriorizada na região do abdômen, exigindo o uso de uma bolsa coletora.
Após a operação, ela continuou o tratamento com sessões de quimioterapia e, em dezembro do mesmo ano, precisou enfrentar uma nova intervenção cirúrgica.
Já em maio do ano seguinte, Preta decidiu buscar uma alternativa de tratamento nos Estados Unidos, em Nova York, acreditando que poderia obter melhores resultados. A expectativa era retornar ao Brasil em agosto, mas, no dia 20 de julho de 2025, a artista acabou falecendo aos 50 anos.
Preta Gil deixou um legado cultural importante e uma trajetória marcada por coragem, criatividade e impacto social — características que se refletem até na forma como escolheu ser lembrada após sua partida.
