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O jornalista Rodrigo França analisou o desempenho dos pilotos no GP de São Paulo e acredita que Lando Norris pode ter dado um passo decisivo rumo ao título mundial de 2025.
A expressão “mão na taça” é comum no futebol, mas na Fórmula 1 ela exige cuidado, afinal, basta uma quebra para mudar tudo na última volta. Mesmo assim, o fim de semana em Interlagos foi digno de um campeão para Norris. O britânico teve um desempenho perfeito, venceu a corrida sprint e o GP principal, fez as duas pole positions e conquistou todos os pontos possíveis.
Com isso, abriu 24 pontos de vantagem sobre seu companheiro de equipe, Oscar Piastri, e 49 sobre Max Verstappen. O holandês, aliás, também foi destaque ao largar do pit lane, em último, e cruzar a linha de chegada em terceiro. Faltando apenas três etapas para o fim do campeonato, Verstappen precisará reagir em Las Vegas, se terminar a corrida a mais de 58 pontos de Norris, ficará fora da briga pelo título.
Após a vitória, Norris dedicou o resultado a Gil de Ferran, engenheiro brasileiro que foi peça-chave na reconstrução da McLaren nos últimos anos. O chefe da equipe, Andrea Stella, também costuma prestar homenagens a De Ferran, inclusive usando um pin do capacete do brasileiro em todas as corridas.
Um dos pontos fortes de Norris tem sido a parte mental. Ele vem mostrando mais equilíbrio e confiança nas últimas provas, especialmente em pistas de baixa aderência, como México e Brasil. Fora das pistas, o britânico também demonstra estar mais maduro e tranquilo diante da pressão da mídia e dos patrocinadores.
O GP de São Paulo foi movimentado e deixou a disputa do Mundial ainda mais empolgante. A temporada começou com Piastri em destaque, depois viu Verstappen e a RBR reagirem com força após as férias de agosto. Agora, Norris retoma a liderança e mostra que tem tudo para conquistar seu primeiro título, mesmo tendo perdido pontos preciosos com a quebra em Zandvoort, quando estava em segundo lugar.
Outro nome que chamou atenção foi o do italiano Kimi Antonelli. Fã declarado de Ayrton Senna, e que inclusive presenteou a família do ídolo com o capacete usado em Interlagos, ele fez uma corrida sólida e chegou em segundo, apesar de ter sido tocado por Piastri no início da prova. O australiano foi punido com 10 segundos, e Antonelli manteve um ótimo ritmo até o fim, segurando a pressão de Verstappen.
Verstappen, aliás, foi eleito o “piloto do dia”. Largando dos boxes, a Red Bull aproveitou para fazer várias mudanças no carro, e o resultado foi impressionante: o holandês fez diversas ultrapassagens e terminou no pódio. As chances de título são pequenas, mas quando se trata de Verstappen, nada é impossível.
Já o brasileiro Gabriel Bortoleto teve um fim de semana para esquecer. Correndo em casa pela primeira vez na Fórmula 1, ele acabou envolvido em dois acidentes e não conseguiu mostrar o desempenho que esperava. A pressão de correr diante da torcida e as muitas obrigações fora da pista pesaram. Mesmo assim, a experiência deve servir como aprendizado. Como destacou França, os grandes campeões crescem com os erros e Bortoleto, de apenas 21 anos, terá a chance de mostrar evolução já no GP de Las Vegas.
